CDS "chumba" por palavras referendo do PSD

Centristas arrasam com argumentos proposta de consulta popular feita pelos sociais-democratas. Apesar de não inviabilizarem, chamam a atenção para riscos. Esquerda unânime nas críticas à "ilegalidade" das perguntas a referendar.
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A bancada do CDS não vai inviabilizar a proposta de referendo à coadoção e adoção de crianças por casais homossexuais feita pelo grupo parlamentar do PSD, mas deixou avisos para "os riscos que a mesma comporta". E não foram meigas as advertências deixadas, no debate desta quinta-feira, pelo deputado Filipe Lobo d'Ávila, na sua estreia parlamentar depois de ter saído do Governo.

Não haverá disciplina de voto para os centristas, mas o CDS aponta a abstenção como orientação para a votação desta sexta-feira, o que faz depender "exclusivamente" do PSD a votação final da proposta de referendo, como sublinhou Lobo d'Ávila.

O centrista lembrou que "não há cabimento orçamental" para realizar o referendo em 2014 e que o CDS "não votará um aumento de despesa" para que se faça a consulta popular durante este ano. "A prioridade de todos é a economia e o emprego", sublinhou. Na bancada social-democrata era visível o incómodo de muitos, perante a argumentação do seu parceiro de coligação.

À esquerda, os vários deputados apontaram a "ilegalidade" e a "inconstitucionalidade" das perguntas a referendar - uma delas é sobre uma matéria (adoção) que foi chumbada.

Perante o argumento do social-democrata Hugo Soares, de que o debate ficou fechado nas "quatro paredes" do Parlamento, o socialista Pedro Alves notou que "as quatro paredes deste Parlamento representam todas as paredes deste país".

Com a prevista abstenção de deputados do CDS, o resultado não é totalmente certo, dependendo das ausências e eventuais quebras na disciplina de voto na bancada do PSD.

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